Justiça manda prender advogado suspeito de enviar bilhete a facção após visita a presídio no Ceará
A Justiça do Ceará determinou nesta quinta-feira (23) a prisão preventiva do advogado Artur Frota Monteiro Junior, flagrado durante entrevista com um detento portando bilhetes com conteúdo criminoso sobre tráfico de armas, drogas e quantias em dinheiro na Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL III).O advogado de defesa de Artur Frota, Alexandre Sales, informou que os bilhetes não pertenciam ao cliente dele e que Artur está disposto a ser submetido ao exame grafotécnico para comprovar que a letra não é dele.
De acordo com o promotor de justiça Luís Bezerra Lima Neto, "o advogado, durante o exercício da sua profissão, ultrapassou os limites legais da sua atividade visando cooperar com membros de organizações criminosas, fomentando, com sua conduta, a continuidade das atividades criminosas de indivíduos que já estavam presos".
O Ministério Público do Ceará (MPCE) também ressaltou que o perigo gerado pela liberdade do advogado ficou comprovado pelo fato de que ele poderia repassar as informações recebidas pelos detentos, e com isso, as medidas cautelares diversas da prisão se mostram insuficientes. O Poder Judiciário aceitou o pedido do MP.
Prisão em flagrante - De acordo com a polícia, o advogado conversava com internos no parlatório, área destinada ao atendimento dos presos, e já estava saindo quando foi visto por policiais fazendo anotações. Ainda segundo a polícia, foi solicitado a leitura dos papéis, mas o advogado se negou a mostrar as anotações.
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que os bilhetes continham informações e comandos para membros do crime organizado que estão fora dos presídios. Após o advogado se negar a apresentar os bilhetes, foi solicitado a presença do delegado, que averiguou o conteúdo das anotações e constatou que nelas haviam recados para organizações criminosas.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou que está apurando os fatos e acompanhando o caso para garantir a legalidade da prisão e também que o advogado tenha assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário