quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

PIB do Brasil cai 0,1% no 3º trimestre e economia entra em recessão técnica  
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,1% no 3º trimestre de 2021, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, confirmando a entrada da economia em uma nova recessão técnica.

A Agropecuária caiu 8%, a Indústria ficou estável (0%) e os Serviços subiram 1,1%.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (2).

Entre as atividades industriais, houve quedas de 1,1% em Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 1,0% nas Indústrias de transformação e de 0,4% nas Indústrias extrativas. Apenas a Construção (3,9%) apresentou crescimento.

Nos Serviços, registraram alta: Outras atividades de serviços (4,4%), Informação e comunicação (2,4%), Transporte, armazenagem e correio (1,2%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As Atividades imobiliárias (0,0%) ficaram estáveis, ao passo que houve variações negativas em Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,5%) e Comércio (-0,4%).

PIB cresce 4,0% frente ao mesmo período de 2020

Em relação a igual período do ano anterior, o PIB cresceu 4,0% no terceiro trimestre de 2021. O Valor Adicionado a preços básicos teve alta de 3,7% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios subiram 6,2%.

Entre as atividades, a Agropecuária caiu 9,0% em relação a igual período de 2020. Esse resultado explica-se, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e apresentaram retração na estimativa de produção anual e perda de produtividade: café (-22,4%), algodão (-17,5%), milho (-16,0%), laranja (-13,8%) e cana de açúcar (-7,6%). Além disso, as estimativas para Pecuária também apontaram um fraco desempenho dessa atividade no trimestre analisado.

A Indústria cresceu 1,3%. Entre suas atividades, a Construção apresentou o melhor resultado no volume do valor adicionado (10,9%), corroborada pelo aumento da ocupação nessa atividade. As Indústrias extrativas também cresceram (3,5%) em relação ao terceiro trimestre de 2020, puxadas pela alta na extração de minério de ferro.

A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, por sua vez, caiu 4,6%, com a piora nas bandeiras tarifárias, devido à escassez hídrica nacional. Da mesma forma, as Indústrias de transformação caíram 0,7%, influenciadas, principalmente, pelas quedas na fabricação de produtos alimentícios, móveis, bebidas, material elétrico e equipamentos de informática.

O valor adicionado de Serviços avançou 5,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para a alta de Informação e comunicação (14,8%), Outras atividades de serviços (13,5%) e Transporte, armazenagem e correio (13,1%).

Cresceram também: Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (2,9%), Comércio (2,8%) e Atividades imobiliárias (1,7%). Apenas as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-1,3%) caíram, afetadas pelo aumento dos sinistros, em especial, no caso dos planos de saúde.

A Despesa de Consumo das Famílias registrou resultado positivo pelo segundo trimestre seguido (4,2%), influenciada pelo aumento na ocupação no mercado de trabalho, pela expansão do crédito a pessoas físicas e pelo avanço da vacinação. A Despesa de Consumo do Governo cresceu 3,5% no período.

A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 18,8% no terceiro trimestre de 2021. A magnitude desse resultado é justificada pela alta na produção e importação de bens de capital, assim como pelo crescimento na Construção.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 4,0%, enquanto as Importações de Bens e Serviços subiram 20,6% no terceiro trimestre de 2021.

Inflação em SP sobe 0,72% no mês

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,72% em novembro, desacelerando frente ao ganho de 1% observado em outubro e também em relação à alta de 0,90% registrada na terceira quadrissemana do mês passado, segundo dados publicados nesta quinta-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Entre janeiro e novembro, o IPC-Fipe apresentou inflação de 9,10%. Nos 12 meses até novembro, a alta acumulada foi de 9,96%, abaixo da mediana das projeções, de 10,08%.

No último mês, cinco dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força ou migraram para deflação: Habitação (de 0,93% para 0,49%), Alimentação (de 0,90% a -0,15%), Despesas Pessoais (de 1,96% a 1,87%), Vestuário (de 0,74% a 0,67%) e Educação (de 0,07% a 0,06%)

Por outro lado, houve aceleração dos itens Transportes (de 1,48% em outubro para 2,24% em novembro) e Saúde (de -0,84% para -0,39%).

IPC-S acumula 9,89% no ano

O Índice de Preços ao Consumidor-Semanal (IPC-S) acelerou a 1,08% no fechamento de novembro, após variação de 0,77% em outubro e de 0,96% na terceira quadrissemana do mês.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (1º) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador acumulou inflação de 9,89% nos 12 meses até novembro, maior que o avanço de 9,73% ocorrido até outubro.

Das oito categorias de despesas que formam o indicador, quatro avançaram na variação da terceira quadrissemana de novembro para o fechamento do mês, com destaque para Educação, Leitura e Recreação, que saltou de 0,57% para 1,51%. Em outubro, a taxa havia sido de 1,57%. A maior contribuição foi de passagem aérea, cuja variação subiu de 2,88% para 8,87% na comparação quadrissemanal.

Habitação (0,36% para 0,56%), Transportes (2,98% para 3,07%) e Vestuário (0,48% para 0,59%) também registraram avanço ante a terceira quadrissemana. Nessas classes de despesa, houve participações importantes de condomínio residencial (0,28% para 1,43%), etanol (9,83% para 10,61%) e roupas femininas (0,32% para 0,60%), respectivamente.

Os itens que mais pressionaram o IPC-S para cima no fechamento de novembro foram gasolina (7,28% para 7,44%), passagem aérea (2,88% para 8,87%) e etanol (9,83% para 10,61%). Condomínio residencial (0,28% para 1,43%) e tarifa de eletricidade residencial (0,19% para 0,63%) completam a lista.

Já leite tipo longa vida (-2,80% para -2,88%), perfume (-0,30% para -0,98%) e banana-prata (-4,59% para -3,59%) tiveram as maiores influências de baixa no resultado quadrissemanal, seguidos por arroz (-0,83% para -1,38%) e costela bovina (-2,32% para -1,87%).

Fonte: O Tempo

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