quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Fósseis de mais de 110 milhões de anos são descobertos na Bacia do Araripe

Mais revelações paleontológicas foram divulgadas recentemente. Após o achado do fóssil de dinossauro recentemente anunciado pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro (que retornou ao Cariri), um novo conjunto raro de fósseis foi descoberto. O achado foi no município de Salitre, e os registros apontam que o material possui mais de 110 milhões de anos.


Segundo a pesquisadora e professora da Universidade Regional do Cariri (URCA), Maria Edenilce Peixoto Batista, o conjunto engloba exemplares de “camarões, peixes, conchas e um invertebrado que não conseguimos ainda identificar”. Todos eles são datados a cerca de 110 milhões de anos. Para a pesquisadora, “os fósseis nos ajudam a conhecer a evolução da vida e como era o ambiente há milhões de anos”.


“Sabemos que era completamente diferente do que encontramos hoje. Podemos afirmar, diante dos fósseis encontrados ao longo dos últimos tempos, que o ambiente era aquático”, acrescenta Peixoto.


A descoberta – realizada em março, mas que só agora foi divulgada – se deu em uma área com mais de 50 km de extensão, entre as localidades do Sítio Boa Sorte e Baixio do Mocó, na zona rural de Salitre. Segundo a professora Maria Edenilce, as peças ficarão no Museu de Geodiversidade de Salitre, equipamento que foi o principal articulador dos estudos paleontológicos na região.


“Há uma lei municipal em Salitre que garante que todo e qualquer fóssil encontrado na região, deve ficar guardado no Museu da cidade. Então, vamos fazer cumprir essa normativa”, detalhou.


Descrição 

As peças encontradas ainda não foram descritas. O trabalho, no entanto, já teve início. “É algo detalhado, muito minucioso, leva um tempo para ser concluído”, disse Peixoto, sem estimar nenhuma previsão.


Contudo, o processo deve levar mais tempo do que o habitual devido a pandemia. “Universitários bolsistas da Urca atuam juntos aos pesquisadores, mas com as aulas remotas, esse trabalho acaba impactado. Vamos tentar retomar em 2021, com todas as medidas de segurança”, acrescentou Edenilce.


Após ter todos os exemplares descritos, a equipe de pesquisadores escreverá um artigo a ser publicado em uma revista científica internacional “para que toda a comunidade tenha conhecimento do nosso achado”.


Com informações do Diário do Nordeste

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