Um depoimento da policial militar que reagiu a um assalto e matou o filho de um tenente aposentado, que havia acabado de anunciar o crime, revelou as últimas palavras do jovem. Segundo o relato, Raphael Pupo Ranulpho, de 29 anos, levantou as mãos e disse "perdi" antes de cair no chão em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Em depoimento à Polícia Civil, a mulher de 35 anos disse que não imaginava ter atingido Ranulpho quando atirou.
De acordo com o relato da policial, que consta no boletim de ocorrência sobre o caso, ela estava aguardando o ônibus, na companhia de outra mulher, quando Ranulpho chegou de bicicleta e anunciou o assalto junto com um comparsa: “Perdeu, já era”, teria dito ele.
Em seguida, o assaltante teria colocado a mão na cintura, simulando estar armado, enquanto o comparsa ficou na retaguarda, dando cobertura. A PM reagiu atirando, mas disse à corporação que não recordava a quantidade de disparos feitos.
Ainda de acordo com o relato, o comparsa fugiu, mas Ranulpho agiu diferente: levantou as mãos e disse “perdi”. Desta forma, ela acreditou que ele não tivesse sido atingido. Logo em seguida, porém, o jovem encostou a bicicleta e caiu no chão.
Segundo o BO, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte ainda no local. Apesar disso, a identificação do jovem só ocorreu após aproximadamente dez horas, quando o pai dele – que é tenente aposentado da PM – foi até a delegacia.
O pai contou que soube de uma morte em decorrência de intervenção policial por meio de grupos de mensagens com colegas da corporação e reconheceu o envolvido como o próprio filho.
Ranulpho, inclusive, havia sido condenado por um roubo de celular ocorrido no bairro Boqueirão, em Praia Grande, em 2016.
Legítima defesa - De acordo com o boletim de ocorrência, o delegado analisou os elementos do crime, incluindo a versão da policial, e constatou que ela agiu em legítima defesa. Por isso, ela foi liberada. A arma dela foi apreendida para perícia.
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