quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Grande Fortaleza-CE lidera aumento da miséria entre as maiores regiões metropolitanas do país nos últimos 10 anos, aponta

A Grande Fortaleza-CE registrou o maior avanço da miséria entre as dez maiores regiões metropolitanas do Brasil na última década, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada, nesta quarta-feira dia 03 de dezembro 2025, pelo IBGE.

O IBGE adota o parâmetro do Banco Mundial para definir extrema pobreza: renda per capita inferior a US$ 2,15 por dia o equivalente a R$ 7,45 diários ou R$ 223 mensais na cotação atual.

Enquanto, no país, a taxa de miséria caiu de 5,6% em 2015 para 3,5% em 2024, nas grandes metrópoles o movimento foi inverso. Somadas, as dez maiores regiões metropolitanas viram o percentual de pessoas vivendo na miséria subir de 2,9% para 3,3% no período.

PIOR SITUAÇÃO

A pior situação é a da Região Metropolitana de Fortaleza-CE, que registrou o maior salto: alta de 2,6 pontos percentuais, chegando a 6,8% da população cerca de 348 mil pessoas em extrema pobreza. A Grande Fortaleza-CE é a metrópole mais populosa do Nordeste, com 3,9 milhões de habitantes.

Em termos absolutos, a Grande São Paulo foi a que mais acrescentou pessoas à miséria, passando de 406 mil para 630 mil.

No conjunto das dez maiores metrópoles, a população total passou de 62 milhões (2015) para 64 milhões (2024), enquanto o número de pessoas em extrema pobreza aumentou de 1,8 milhão para 2,1 milhões.

Para o economista João Mário de França, professor da UFC e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, o quadro da capital cearense reflete problemas estruturais antigos.

“Fortaleza tem uma taxa de informalidade bem acima da média nacional, o que gera um dos rendimentos médios do trabalho mais baixos entre as capitais. Por fim, também faltou uma boa estruturação e execução de políticas sociais”, afirma o professor, em declararão publicada pelo UOL.

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