terça-feira, 24 de maio de 2022

Novo aumento na gasolina? Último reajuste da Petrobras tem mais de 70 dias
A Petrobras reajustou os preços da gasolina vendida em suas refinarias há 73 dias, maior intervalo em mais de dois anos e meio. Mesmo assim, o valor do combustível segue nas alturas em bombas de todo o país, além de estar cerca de 8% defasado em relação à cotação internacional.

Na última segunda-feira, José Mauro Ferreira Coelho foi demitido da presidência da estatal apenas 40 dias após sua posse no cargo. O auxiliar do ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade, assumiu o comando da empresa.
 
A série de substituições é resultado de uma pressão política do governo de Jair Bolsonaro para uma redução nos preços dos combustíveis. Hoje, a Petrobras tem uma política atrelada à cotação do petróleo no mercado internacional e às variações do dólar.

Defasagem
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os valores praticados nas refinarias da estatal têm defasagem média de 8% em relação aos preços de referência nos mercados internacionais.

“Quando ocorrem grandes aumentos nos preços e em momentos com maior pressão geralmente aumenta um pouco também a defasagem“, explica Eric Gil Dantas, economista do Observatório Social da Petrobras (OSP).

A Abicom calcula que a empresa teria que aumentar o litro da gasolina em R$ 0,36, em média, para equiparar o país com o mercado internacional. “Na nossa visão, a Petrobras está segurando o preço. No caso da gasolina, no ano de 2022, foram poucos dias que o preço acompanhou a paridade. Está sempre muito abaixo da paridade”, disse Sérgio Araújo, presidente da entidade.

Mudanças

A Petrobras afirmou ao G1 que “os reajustes seguem sendo realizados sem periodicidade definida, acompanhando as variações do valor do produto no mercado internacional, para cima e para baixo, mas evitando o repasse volatilidade externa e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.

Para os analistas, as mudanças no comando da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia não devem alterar a política de preços da empresa. Contudo, eles acreditam que a defasagem deve ser mantida.

“Uma coisa era fazer reajustes quando o preço estava menor. Agora estamos perto de patamares recordes, então isso dificulta e a Petrobras acaba segurando”, avalia Dantas.


Fonte g1

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