quinta-feira, 4 de abril de 2024

Março teve 18 homicídios em Juazeiro e o ano é 17,8% mais violento

Com 18 homicídios em oito bairros e duas localidades rurais, o mês de março teve 14 assassinatos a mais que janeiro ou 350% de acréscimo. Já na comparação com março de 2023 foram sete a mais ou 61% superior aos 11 homicídios. Assim, são 4 homicídios em janeiro, 6 em fevereiro e 18 no mês passado.


Segundo levantamento feito pelo Site Miséria, em março, os bairros onde houve o registro de homicídios foram João Cabral (05 ou uma participação de 27,7% do total no mês), além do Triângulo, Frei Damião e Timbaúbas (com dois cada) e os demais no Campo Alegre, Pio XII, Pedrinhas, Pirajá e os Sítios Chumbada e Gavião. Com isso, no acumulado do ano, o bairro João Cabral se tornou o mais violento com seis homicídios de um total de 28 ou 21% da matança em Juazeiro.

O mês de março fez o ano mais violento. Em 2023, eram 23 homicídios contra 28 este ano ou cinco a mais representando um acréscimo de 17,8% na violência. Eis a relação dos homicídios registrados no decorrer do mês passado em Juazeiro:

Dia 03 – José Ferreira de Alcântara, de 57 anos, o “Zezinho”, que residia na Rua Antonio Sátiro (Campo Alegre), foi morto por espancamento e teve o corpo encontrado em cova rasa num matagal, coberto com terra solta e galhos de árvores em área no Campo Alegre que está sendo invadida por populares perto da Rua Cícero Soares. Ele estava desparecido desde o último dia 24 de fevereiro e não respondia procedimentos criminais.

Dia 07 – José Herialdo dos Santos Filho, de 29 anos, o “Pinga”, que residia na Rua José Vital de Lisboa (Jardim Gonzaga), morreu no HRC horas após ser baleado na Rua Letícia Vasconcelos (Triângulo). Na madrugada do dia 22 de fevereiro de 2023 seu amigo Rosivaldo Araújo Rodrigues, de 36, o “Vadim”, morreu após ser atropelado propositadamente no Sítio Mata dos Limas em Barbalha e ele saiu ferido.

Dia 09 – Emanuel Henrique Ferreira Félix, de 16 anos, o “Ceguim” que residia no Conjunto Padre Cícero do Minha Casa Minha Vida no Bairro Monsenhor Murilo, teve o corpo encontrado num lixão perto de um coqueiral na Avenida José Bezerra (Pio XII). Ele estava desaparecido desde quarta-feira (06) e foi morto a golpes de faca no pescoço.

Dia 10 – Carlos Wanderson dos Santos Sousa, de 21 anos, que residia na Rua Mestre José Caetano da Silva (Antonio Vieira) e era reciclador morreu no HRC. Ele foi baleado pela madrugada no bairro João Cabral e respondia por porte de arma e o assassinato de Luan Wanderson Matias, de 19 anos, o “Gaguinho”, dia 23 de abril de 2021 em Barbalha.

Dia 10 – José Rafael Clementino de Brito, de 21 anos, que residia na Avenida da Chesf (João Cabral) foi morto a tiros na casa de sua sogra na Rua Mariana Dantas de Medeiros perto do PROURB (Triângulo). Ele respondia por assaltos, porte de arma de fogo e, no dia 11 de julho de 2021, matou a tiros Wallison Feitosa Nunes, de 22 anos, na Rua Osana Pereira no João Cabral.

Dia 11 – Ronisson Alexandre Sousa, de 36 anos, residia na Rua Tabelião Luis Teófilo Machado (Aeroporto), foi morto a golpes de faca na Rua Maria Tavares Noca (Frei Damião). Ele não respondia procedimentos criminais.

Dia 12 – Sebastião Lauriano da Silva, de 36 anos, o “Bastião”, que residia no bairro Cidade Universitária, foi morto a tiros numa casa na Rua das Flores perto do cruzamento com a Avenida da Chesf (João Cabral). O acusado foi comprar drogas e, ao ser cobrado, efetuou os disparos num caso de duplo homicídio e saindo baleado Daniel da Silva Almeida, de 26 anos, que reside na Rua Perpétua Carneiro da Cunha naquele bairro. “Bastião” respondia por crimes de lesão corporal, danos, ameaça, e violência doméstica

Dia 12 – Aislan José da Silva Medeiros, de 29 anos, que residia na Rua José de Alencar (João Cabral) e era montador de som, foi a outra vítima do duplo homicídio no caso anterior. Ele respondia por quatro assaltos, três lesões corporais, três violências domésticas, receptação, corrupção de menores, porte e posse ilegal de arma de fogo.

Dia 16 – Miguel Nobre dos Santos, de 79 anos, que residia na Rua Engenheira Andréa Araújo Sousa (Pedrinhas), foi morto a facadas pelo seu filho Paulo do Monte Santos, de 55 anos, o “Lambe Sal”. Ele tinha chegado em casa embriagado e, após cumprir a promessa de matar o pai, praticou o suicídio por meio de enforcamento.

Dia 16 – Francisco Reginaldo Freitas de Alencar, de 20 anos, o “Felipy” que residia na Travessa São Damião (Santa Tereza) e era açougueiro, teve o corpo encontrado perto da Capela do Sítio Chumbada. Ele respondia atentado doloso quando, na madrugada de 7 de outubro de 2022, ao lado do Parque de Vaquejadas, atropelou Guardas Municipais e um popular. O mesmo causava desordens e importunava mulheres numa festa, sendo retirado pelos guardas e os atropelou depois.

Dia 17 – João Victor Gomes da Silva, de 25 anos, que residia numa vila situada na Rua Madre Nely Sobreira (Pirajá), foi morto a tiros dentro de casa por dois homens que fugiram numa moto. Ele usava tornozeleira eletrônica e respondia procedimentos por crimes de tráfico de drogas.

Dia 18 – Vinicius Matheus da Silva Firmino, de 25 anos, o “Xuxa” que residia na Rua Coronel Francisco Filgueiras (Timbaúbas) e era industriário, foi morto a tiros por dois homens numa moto quando chegava em casa. Ele e não respondia procedimentos criminais e o suposto motivo seria débito por drogas.

Dia 22 – Luan Silva dos Santos, de 23 anos, que residia na Rua São Damião (Santa Tereza), morreu no HRC. No dia 6 de março ele foi um dos quatro baleados na Rua Francisca Leila Fontes Boaventura perto da esquina com a Durval Furtado (Triângulo) quando bebia com amigos numa calçada. Dois homens numa moto passaram atirando e baleara ainda Douglas Melo Rodrigues, de 20, Erinaldo Xavier dos Santos, de 27, e um menor de 14 anos. Luan respondia por tráfico de drogas e três portes de arma de fogo.

Dia 24 – Jocélio Laurentino da Silva, de 34 anos, o “Paulinho” que residia na Rua Teófila Cavalcante (Antonio Vieira) e era operador de máquinas, foi morto a tiros na Rua Manoel Tavares Lopes perto do CAIC no bairro Frei Damião, onde já morou. Ele respondia por assalto em Barbalha e já tinha sido vítima de duas tentativas de homicídios no Frei Damião.

Dia 25 – Lindomar de Melo André, de 38 anos, o “Mazim” que residia na Rua São Mamede (Timbaúbas) e trabalhava como entregador de supermercado, morreu em sua casa horas após ser espancado numa das vias daquele bairro por três homens e uma mulher. Ele sofreu otorragia, fissura, traumatismo craniano e não respondia procedimentos criminais.

Dia 29 – Rafael Anacleto Moreira, de 31 anos, o “Grandão” que residia no Sítio Gavião, foi morto a tiros dentro de casa por dois homens que fugiram à pé. Ele respondia por porte e posse de armas de fogo, tráfico de drogas, homicídio e integrava organização criminosa. No dia 27 de abril de 2020 matou a tiros Marcos Alberto Araújo Gonçalves, de 34 anos, o “Galeguinho” na Rua Dídio Lopes de Oliveira (Triângulo).

Dia 29 – Gabriel dos Santos, de 19 anos, que residia na Rua José Magalhães Landim (Frei Damião), foi morto numa troca de tiros com a PM em que faleceu ainda Júlio Cesar Silva de Lima, de 26 anos. Eles estavam num Ford Fiesta de cor preta o qual, na fuga, o motorista bateu no muro de uma casa na Rua das Flores (João Cabral) e dois conseguiram fugir a pé. Gabriel não tinha passagens pela polícia e o quarteto baleou Ana Cláudia Clementina da Silva, de 35, sua irmã Claudiana Clementina da Silva, de 34, e Francisco Emerson Mariano de Oliveira, de 25 anos.

Dia 29 – Júlio Cesar Silva de Lima, de 26 anos, que residia na Travessa das Acácias (São José), foi a outra vítima do caso anterior de intervenção policial na Rua das Flores (João Cabral). Ele respondia por assaltos e tráfico de drogas e ainda foi socorrido pelo SAMU e morreu no HRC, mas não resistiu.

Por: Miséria

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