Denúncias anônimas e fotos em uma rede social levaram a polícia a descobrir que um policial militar pode ter sido o assassino de um motorista de aplicativo morto a tiros no dia 19 de setembro de 2018, em Fortaleza, após uma discussão no trânsito motivada por um acidente.
No dia do ocorrido, o motorista de aplicativo Walter Gomes Azevedo, 38 anos, trafegava no Bairro Jacarecanga, e ao fazer um retorno entrou na frente da motocicleta onde estava o cabo da Polícia Militar José Otaviano Silva Xavier e a esposa dele. Com o impacto, o casal caiu na pista, mas não ficou ferido.
Imagens de uma câmera de segurança mostram que Walter parou o veículo e foi falar com o casal, momento que o policial iniciou uma discussão e passou a xingar o motorista.
Momentos depois, Walter foi assassinado com três tiros, enquanto trafegava na frente de um shopping popular. Ele era casado e deixou a esposa e três filhos.
À época, testemunhas relataram que a vítima havia sido atacada por um casal em uma moto, que fugiu em seguida. No decorrer das investigações, a Polícia Civil descobriu que o condutor da moto era o policial José Otaviano, autuado por homicídio qualificado.
A Controladoria Geral de Disciplina instaurou um Conselho de Disciplina para apurar as condutas transgressivas, bem como a capacidade do agente em permanecer nos quadros da corporação. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), da última segunda-feira (17).
Investigação
Polícia encontrou diversas fotos do PM com a mesma roupa do dia que o motorista de aplicativo foi assassinado
Dois meses depois do crime, em novembro de 2018, a polícia divulgou as imagens do acidente entre o motorista de aplicativo morto e casal na moto suspeito do crime.
Após a divulgação do vídeo, a Polícia Civil recebeu ao menos três denúncias anônimas que indicaram que o casal que apareceu nas imagens era o policial José Otaviano e a esposa dele.
Durante a investigação, a Perícia Forense fez a comparação das câmeras de segurança da região do crime com as fotos das redes sociais do policial. A análise encontrou fotos do agente com a mesma moto do crime, o mesmo tênis de cor verde e a mesma do dia da morte do motorista de aplicativo.
Outro detalhe que ajudou a identificar o policial foi uma tatuagem no antebraço esquerdo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário